COLETIVO JOVEM DE MEIO AMBIENTE CERES - GO
O Município de Ceres tem o privilégio de ser banhado pelas águas do Rio das Almas, este que por sua vez foi a base do desenvolvimento da região, nos abastecendo com produção de energia elétrica, alimentação farta com varias espécies de peixes, utilização da água para irrigação, abastecimento humano e de animais, enfim todos os tipos de atividades que necessitam deste recurso natural e que seja de bom uso.
Nos últimos meses, a Assessoria de Meio Ambiente de Ceres, recebeu a denúncia de que estava sendo encontrada às margens do rio uma grande quantidade de peixes mortos.
Ao receber a denúncia, partimos em direção ao local para averiguar a situação, lá chegando pode-se observar um número significante de peixes mortos às margens, o mais curioso era que a maioria era somente de uma espécie (Chorão), e outro fato interessante, em meio a todos aqueles peixes em estado de decomposição, vários pescadores, que sem saber o motivo da mortandade, continuavam pescando no local, e o pior, se alimentando destes peixes e comercializando-os com moradores da cidade.
O fato da Assessoria de Meio Ambiente, não ter uma equipe técnica e estrutura física para a realização da coleta de água para análise fisico-quimico, e coleta de peixes para realização de exames laboratoriais, nos forçou a recorrermos através da Promotoria Pública, para que a SANEAGO interviesse na incumbência de coleta e analise de água, e ao IBAMA (nosso município possui um escritório regional) para a realização da coleta dos peixes e encaminhamento para análise.
Após alguns dias de espera, foram realizadas as coletas, tanto da SANEAGO, como do IBAMA (sou testemunha, pois participei da coleta dos peixes). A amostra que a SANEAGO coletou foi enviada para Goiânia a fim de ser analisada. Já a coleta dos peixes, foi encaminhada a AGMA (Agencia Meio Ambiente do Estado de Goiás), também no município de Goiânia, e até então, espera-se os resultados.
Suspeita-se que está ocorrendo o lançamento de agrotóxicos diretamente no curso d’água, já que nesta área pode se observar o cultivo de Melancias e Abóbora Cabutiá. Essas culturas exigem uma demanda muito alta de aplicação de agrotóxicos após o plantio e manutenção da lavoura. O agrotóxico aplicado é absorvido pelo solo, e chega a atingir o lençol freático, contaminando as águas subterrâneas, e essas por vez contaminando as águas superficiais. Outra suspeita que foi estimada também foi o uso de “Bombas de Cianureto”, utilizadas por covardes pescadores, eles jogam a bomba no rio, e com a explosão matam uma grande quantidade de peixes, aproveitando somente os de maior porte, deixando para trás peixes menores, que serviriam de alimento ou para comercialização.
Já estamos com este problema ambiental há aproximadamente 2 meses, e parece não estar sendo levado a sério por instituições responsáveis pela fiscalização do meio ambiente e pelo órgão responsável pela qualidade de água do nosso município. O descaso para com o Rio das Almas já tem alguns anos, desde a substituição da Mata Ciliar por plantio de pastagens, monoculturas e pecuária, até o funcionamento ilegal de “Dragas” (extração de areia do rio).
Nosso Rio das Almas pede socorro, só vamos passar a ouvir seus pedidos de ajuda quando recair sobre nós todo mal que causamos a ele. Meu nome é Paulo Bittar, sou Eng. Ambiental, e atualmente presto assessoria ambiental para a Prefeitura Municipal de Ceres, e venho através deste, comunicar que diante dessa situação desagradável nada está realmente sendo feito. Poderia estar falando para todos quão belo é o nosso rio, de fato é mesmo, mas de nada adiantaria diante da atual situação em que ele se encontra. Queria apresentar ele a todos como um exemplo de preservação e conservação, e não farto de passivos ambientais, mas como tudo na vida, nada é perfeito. Lutamos pela vida do nosso Rio das Almas para que toda futura geração tenha os mesmos direitos que nós da presente geração já temos. E lembrem-se, todo mal que fizermos a GAIA, recairá sobre nós mesmos, em proporções mais assustadoras.
Texto - Paulo Bittar
Um comentário:
segundo o que voce relatou a morte dos peixes não tem nada aver com o plantil de melancia e abobora,e sim com as bobas lançadas no ril e os pescadoris continuava a pescar porque já sabia que era bombas,mais não quis espor,agora eu axo que a justiça e muinta lenta e o trabalho do ibama mais ainda.....
Postar um comentário