quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Aeroporto da Usiminas x impactos ambientais

Unir o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental é um desafio planetário. Infelizmente, o que se tem visto é a soberania dos lucros sobre a preservação dos recursos naturais.

A Usiminas, maior complexo siderúrgico de aços planos da América Latina e líder no mercado nacional, pretende aliar o desenvolvimento econômico e tecnológico à conservação ambiental dentro da proposta de construção de um novo aeroporto no Vale do Aço, que hoje engloba os municípios mineiros de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo.

Leia a matéria completa aqui

Fonte: Ambiente Brasil

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sexta Ambiental do Programa Semeando recebe crianças no CMRR


Cerca de 700 alunos e professores do I e II ciclos do Ensino Fundamental das redes municipal e estadual de Belo Horizonte serão beneficiados por mais uma ação do Programa Semeando: a Sexta Ambiental. Eles estão participando de 22 oficinas lúdicas sobre o consumo consciente, até novembro, sempre às sextas-feiras, na parte da manhã e à tarde, no Centro Mineiro de Referência em Resíduos – CMRR.

A “Sexta Ambiental – Oficinas Lúdicas para o Consumo Consciente” é uma iniciativa do Sistema Faemg/Senar (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), CMRR, Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).

As atividades começam com instrutores do Senar, vestidos de palhaços e transformados nos contadores de histórias Tatá e Totô, que conduzem as crianças a um cenário apropriado para a narrativa, que trata de assuntos de reciclagem, coleta seletiva e consumo consciente. De forma lúdica, os facilitadores iniciam um diálogo com as crianças para que elas conheçam hábitos saudáveis de consumo e de preservação do meio ambiente.

João da Mata, que assume a identidade de Totô, conta que “como já diz o nome do Projeto, o objetivo é plantar uma sementinha dentro de cada criança, para que no futuro elas absorvam valores relativos ao cuidado com o meio ambiente e ao consumo e se tornem multiplicadores desses conceitos”.

A professora Edna Maria Silva Andrade, que acompanhou os alunos do 4º ano da escola estadual Professor Bolívar de Freitas, do Jardim Guanabara, já conhece bem o Projeto Semeando. Em 2006, foi autora de um trabalho com os alunos que venceu o concurso anual organizado pelo Semeando. Para ela, “as ações do Projeto são maravilhosas, pois possibilitam uma interação mais fácil entre as crianças. A escola toda fica envolvida com a questão ambiental, e até a nossa Feira de Cultura é realizada com um tema associado ao mesmo do Projeto Semeando”.

De acordo com Suzana Diniz, técnica do Senar, “mais de 3 milhões de crianças são beneficiadas pelo Projeto Semeando em 851 cidades do estado, por meio de capacitações para os professores e distribuição de livros para alunos e professores. O Sexta Ambiental, tem tido uma resposta além da expectativa”.

Mais informações:

Assessoria de Comunicação – Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas)

(31) 3349-2400 – comunicacao@servas.org.br

Texto: Servas

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Descaso com Rio das Almas, no município de Ceres-Go.

Foto de Peixe morto no encontro do Rio Verde e Rio das Almas.
COLETIVO JOVEM DE MEIO AMBIENTE CERES - GO

O Município de Ceres tem o privilégio de ser banhado pelas águas do Rio das Almas, este que por sua vez foi a base do desenvolvimento da região, nos abastecendo com produção de energia elétrica, alimentação farta com varias espécies de peixes, utilização da água para irrigação, abastecimento humano e de animais, enfim todos os tipos de atividades que necessitam deste recurso natural e que seja de bom uso.

Nos últimos meses, a Assessoria de Meio Ambiente de Ceres, recebeu a denúncia de que estava sendo encontrada às margens do rio uma grande quantidade de peixes mortos.
Ao receber a denúncia, partimos em direção ao local para averiguar a situação, lá chegando pode-se observar um número significante de peixes mortos às margens, o mais curioso era que a maioria era somente de uma espécie (Chorão), e outro fato interessante, em meio a todos aqueles peixes em estado de decomposição, vários pescadores, que sem saber o motivo da mortandade, continuavam pescando no local, e o pior, se alimentando destes peixes e comercializando-os com moradores da cidade.

O fato da Assessoria de Meio Ambiente, não ter uma equipe técnica e estrutura física para a realização da coleta de água para análise fisico-quimico, e coleta de peixes para realização de exames laboratoriais, nos forçou a recorrermos através da Promotoria Pública, para que a SANEAGO interviesse na incumbência de coleta e analise de água, e ao IBAMA (nosso município possui um escritório regional) para a realização da coleta dos peixes e encaminhamento para análise.

Após alguns dias de espera, foram realizadas as coletas, tanto da SANEAGO, como do IBAMA (sou testemunha, pois participei da coleta dos peixes). A amostra que a SANEAGO coletou foi enviada para Goiânia a fim de ser analisada. Já a coleta dos peixes, foi encaminhada a AGMA (Agencia Meio Ambiente do Estado de Goiás), também no município de Goiânia, e até então, espera-se os resultados.

Suspeita-se que está ocorrendo o lançamento de agrotóxicos diretamente no curso d’água, já que nesta área pode se observar o cultivo de Melancias e Abóbora Cabutiá. Essas culturas exigem uma demanda muito alta de aplicação de agrotóxicos após o plantio e manutenção da lavoura. O agrotóxico aplicado é absorvido pelo solo, e chega a atingir o lençol freático, contaminando as águas subterrâneas, e essas por vez contaminando as águas superficiais. Outra suspeita que foi estimada também foi o uso de “Bombas de Cianureto”, utilizadas por covardes pescadores, eles jogam a bomba no rio, e com a explosão matam uma grande quantidade de peixes, aproveitando somente os de maior porte, deixando para trás peixes menores, que serviriam de alimento ou para comercialização.

Já estamos com este problema ambiental há aproximadamente 2 meses, e parece não estar sendo levado a sério por instituições responsáveis pela fiscalização do meio ambiente e pelo órgão responsável pela qualidade de água do nosso município. O descaso para com o Rio das Almas já tem alguns anos, desde a substituição da Mata Ciliar por plantio de pastagens, monoculturas e pecuária, até o funcionamento ilegal de “Dragas” (extração de areia do rio).

Nosso Rio das Almas pede socorro, só vamos passar a ouvir seus pedidos de ajuda quando recair sobre nós todo mal que causamos a ele. Meu nome é Paulo Bittar, sou Eng. Ambiental, e atualmente presto assessoria ambiental para a Prefeitura Municipal de Ceres, e venho através deste, comunicar que diante dessa situação desagradável nada está realmente sendo feito. Poderia estar falando para todos quão belo é o nosso rio, de fato é mesmo, mas de nada adiantaria diante da atual situação em que ele se encontra. Queria apresentar ele a todos como um exemplo de preservação e conservação, e não farto de passivos ambientais, mas como tudo na vida, nada é perfeito. Lutamos pela vida do nosso Rio das Almas para que toda futura geração tenha os mesmos direitos que nós da presente geração já temos. E lembrem-se, todo mal que fizermos a GAIA, recairá sobre nós mesmos, em proporções mais assustadoras.

Texto - Paulo Bittar

Supremo ouve sustentação da advogada Joênia Wapichana

Pela primeira vez na história do Supremo, um índio sobe à tribuna para fazer uma sustentação oral. A estréia é de uma mulher: a advogada Joênia Batista de Carvalho, do povo Wapichana. Pouco antes de falar aos 11 ministros, ela relia os pontos do texto escrito à mão, com algumas rasuras. Ali estava a defesa dos cerca de 19 mil índios que desejam viver na área integral da Raposa Serra do Sol.

“Será a primeira sustentação que eu faço, e logo no Supremo”, dizia a advogada, nervosa, pouco antes de chegar ao microfone. Ela conta que foi a primeira índia a se tornar advogada no Brasil e está acostumada a fazer audiências, mas dessa vez é diferente. “Eu serei a voz dos índios na mais alta Corte do Brasil”, resumiu.

Até hoje, poucos colegas de trabalho vieram de tribos. “Somos cerca de vinte formados no País inteiro, e apenas sete têm carteira da Ordem dos Advogados do Brasil”, informa. Joênia reconhece que “advoga em causa própria” a maior parte do tempo. Isso porque ela trabalha no Conselho Indígena de Roraima (CIR). “Meu trabalho eu faço por amor, porque minha família e meu povo precisam disso. Estou defendendo uma terra que é minha, para a qual pretendo voltar depois desse tempo na cidade”, afirma.

Esse “tempo na cidade” começou quando a menina índia tinha oito anos de idade e a família a levou para estudar em Boa Vista. Foi boa aluna no ensino fundamental e passou no vestibular de Direito na Universidade Federal de Roraima. “Naquela época não havia cotas”, lembra. Durante o curso, ela começou a trabalhar com os direitos dos índios, área em que atua desde então. Em casa, ela já ouve Cristina, a filha de 13 anos, dizer que quer seguir os seus passos. “Eu darei apoio à profissão que meus filhos escolherem, porque as tribos precisam de profissionais como médicos, advogados e tantos outros”, destaca.

Para ela, a Constituição é uma das melhores em garantias aos índios, e trouxe inovações em relação à anterior. “Temos um bonito texto, agora precisamos detalhá-la para funcionar melhor”, adverte.

Fonte: Circom